A
Comdep informou em nota que: “O estudo de contaminação é solicitado
periodicamente a uma empresa especializada, feito por um corpo técnico
capacitado, com o objetivo de manter o controle sobre o possível impacto
das atividades do aterro. Além disso, a análise é realizada sempre que requerida
por um órgão fiscalizador. O próximo laudo já foi solicitado à
concessionária Águas do Imperador e será realizado em breve”.
Mesmo
com a afirmação, Carlos Alberto Salgueiro explica que os testes devem ser
feitos em diversos pontos e constantemente. “Na CPI das chuvas de 2011
solicitamos a Prefeitura a cópia dos laudos. Não adianta nada eles terem
laudos de um lado ou de um ponto. A questão da contaminação do solo e da água é
muito mais complexa pois precisa-se analisar o terreno como um todo e as áreas
próximas.”, disse.
Por
conta das perdas da mata a Comdep afirmou ainda: “O plantio de capim colonião e
braquiária é feito periodicamente nos taludes e, além disso, a Companhia já
conta com um projeto para a recuperação vegetal de toda a área tão logo o
aterro seja desativado com a ativação do novo espaço em Três Rios. A terra
utilizada para aterrar o lixo é proveniente de obras de terraplanagem
realizadas em diversos pontos da cidade e levadas ao aterro pelas próprias
empreiteiras, que precisam de um local para o descarte do material,
reutilizado no processo de tratamento do lixo.”, afirmou.
Apesar
da Comdep explicar que “As águas pluviais são direcionadas a manilhas por
meia-canas, passam por uma escada hidráulica e levadas ao rio, sem ter contato
com o lixo.”, Carlos Alberto Salgueiro afirma que em dias de temporais, a
força das águas são capazes de levar o chorume até para a BR 040. “É
inadmissível que esse lixo hospitalar seja aterrado. Os hospitais seguem
uma determinação da Anvisa e segue uma série de regras de descarte dos resíduo
e por fim esse lixo altamente tóxico é descartado de maneira inadequada.
Apesar da comdep alegar que a água das chuvas são direcionadas pelas canaletas,
só quem já esteve no local em dias de chuva forte sabe a força que aquela
água tem. Estamos lidando com uma bomba relógio e a prefeitura, infelizmente,
não está dando atenção devida a uma situação dessa gravidade.”, finaliza.
Entenda
o caso.
Em
fevereiro deste ano, membros de uma comissão do Conselho de Saúde, o Comsaúde,
esteve no aterro sanitário de Pedro do Rio após denúncias de que o
lixo hospitalar estaria não só sendo aterrado no local, como não tendo sua
finalização apropriada, a incineração. O ex-conselheiro, Thiago Pires, que foi
o relator da comissão na época, esteve no local com a comissão de
fiscalização e constatou um agravante: há uma nascente próxima ao local onde
está sendo aterrado os lixos produzidos nos hospitais do Municipio. “Nós
recebemos várias denúncias, uma delas seria que passava uma nascente próxima ao
local e os lixos estariam sendo aterrados em sacos de plásticos. Fomos até
o local e comprovamos que há sim um foco de água atras do barranco, não sabemos
ao certo se é uma nascente, mas se os lixos realmente estão sendo descartados
indevidamente o risco de contaminação do solo e da água é altíssimo.”, alertou.
Ainda
no mês de fevereiro, representantes da prefeitura de Petrópolis e dos
municípios de Areal, Paraíba do Sul, Levy Gasparian, Sapucáia e Três Rios,
decidiram sobre que área seria desapropriada e que destinaria a
implantação do Aterro Sanitário, em Três Rios, município que passará a receber
todo o lixo de Petrópolis, possibilitando a desativação do aterro
controlado de Pedro do Rio. O local já foi escolhido, de acordo com o
Procurador-Geral na Procuradoria Geral do Município de Três Rios,
Sebastião Medice, mas o dono do espaço ainda não entrou em acordo com a
Prefeitura de Três Rios sobre o valor do arrendamento. “Esse local já funciona
um aterro, que seria desativado para a expansão e implantação de um aterro
modelo como aconteceu em Sapucai. É um processo um pouco longo, já que depende
de várias etapas, mas a prefeitura de Três Rios está trabalhando
ativamente para cumprir essa proposta que já tem até o recurso do Governo do
Estado. Nos próximos dias deve ocorrer o processo de licitação para saber
que empresa será responsável para fazer a coleta do lixo que viria para Três
Rios, para ser enviado para Sapucaia. Assim que essa questão for definida
o aterro poderá ser desativado para as obras do novo aterro modelo.”, finaliza.
Fonte:
E-Tribuna