Poucos brasilienses foram às ruas neste sábado, protestar contra a corrupção e pelo fim do voto secreto. A concentração começou cedo, na praça do Museu da República, próxima à Esplanada dos Ministério. De acordo com a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, que estava em alerta após a convocação de partidos da direita para uma série de manifestações na Capital Federal, pelo menos 3 mil pessoas participaram dos protestos nesta manhã em frente ao Congresso. A estimativa dos organizadores era reunir cerca de 50 mil pessoas, mas o número de participantes não chegou perto deste total. Os manifestantes avaliavam que o número reduzido de participantes até o momento se deve ao feriado e acreditavam que o fluxo aumentaria, o que não ocorreu.
A PM montou um forte aparato de segurança para evitar que os manifestantes carregassem objetos considerados perigosos. Desde as 7h, os policiais revistaram as pessoas que seguiam em direção à Esplanada. De acordo com o capitão da PM, Cidjan Brito, poucos objetos foram apreendidos.
– A apreensão está aquém do esperado. Retivemos alguns pedaços de madeira e chaves de fenda – disse Brito.
O desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, por sua vez, transcorreu com tranquilidade. Segundo a área de segurança da Presidência da República, não houve informações sobre grandes aglomerações na região, onde ocorreu o desfile militar do Dia da Independência, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, de ministros e outras autoridades.
Tumulto no Rio
Dezenas de pessoas concentraram-se na Rua Uruguaiana próximo à esquina com a Avenida Presidente Vargas, na área central da cidade, para participar do Grito dos Excluídos de 2013. A manifestação que ocorre tradicionalmente no dia 7 de Setembro reúne movimentos sociais, centrais sindicais, e partidos de esquerda. Um dos organizadores da passeata, Heitor César, contou que desde o horário em que eles começaram a se concentrar, às 9h, não teve confusão, mas salientou que sente o clima tenso “por causa de muitos policiais em volta”. Ele disse que este ano eles estão tentando fazer um link entre as pautas de exclusão, com as reivindicações mais recentes das manifestações, como o “Fora Cabral” e o “Cadê o Amarildo?”.
– O Amarildo se tornou um dos grandes símbolos do grito neste ano. Sem dúvida ele é um excluído e levanta a pauta da desmilitarização – disse César.
Um reduzido número de integrantes do Black Bloc chegou para se juntar à passeata e foi revistado pelos policiais militares. Pouquíssimos manifestantes estavam com os rostos cobertos. Eles seguiam pela Avenida Presidente Vargas, cantando músicas em defesa da saúde, da educação, contra a corrupção e contra o governador Sérgio Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Um grupo de transformistas se apresentou durante a passeata e, entre os participantes, havia grupos de vendedores ambulantes, pedindo direito ao trabalho, a Associação de Moradores de Santa Teresa pediu o retorno dos bondinhos ao bairro e homossexuais pediam o fim da homofobia.
Outros manifestantes carregam adesivos e camisas contra os leilões de privatização do petróleo e professores da rede pública que defendem mais investimento em educação. Toda a manifestação transcorre em clima de muita tranquilidade e acompanhada pacificamente por policiais militares.
Tumulto mesmo somente no Centro da cidade. Pelo menos sete pessoas foram detidas nas manifestações. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, uma foi levada para a 5ª DP e já foi liberada. Os outros foram encaminhados para a 17ª DP, em São Cristóvão. A assessoria informa que já foram detidas mais pessoas, porém ainda não tem um balanço. De acordo com o advogado Lucas Sada, integrante do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos, cerca de dez manifestantes foram detidos, entre eles um jornalista, mas eles foram levados para delegacias diferentes, inclusive para outra cidade, São Gonçalo, na região metropolitana.
– Tem uma lei estadual que permite que as pessoas sejam levadas para delegacias fora de onde ocorreu o fato. Eles fazem isso para evitar concentrações e atrapalhar a atuação dos advogados. As acusações são por desacato e porte de materiais como bolas de gude e pedras – disse.
Fonte e Foto: Correio Brasil
Dilma desfilou em carro aberto, na Esplanada dos Ministérios