Entre
as discussões na audiência pública do próximo dia 16 de abril, certamente
estará a fumaça noturna que vem sufocando os moradores das imediações da
fábrica de papel.
Continuam sendo constantes
as reclamações com relação à fumaça preta que vem sendo expelida pelas chaminés
da empresa Cathepel, que, desde o ano passado, assumiu o comando da antiga
Fábrica de Papel Santa Maria, em Além Paraíba.
Os moradores nas proximidades da indústria vêm relatando seu desconforto através das redes sociais e em denúncias à imprensa local. A fumaça preta solta uma fuligem que vem sujando as casas, mas o maior incômodo é o cheiro. Segundo os reclamantes, a fumaça, normalmente expelida sempre após as 21 horas, chega a sufucar os moradores. Crianças já tiveram que ser levadas para o hospital com problemas respiratórios causados pela poluição.
As reclamações já vêm acontecendo desde o final do ano passado e já foram alvo de ampla matéria publicada pelo jornal AGORA. Quando as primeiras reclamações foram feitas, o Jornal Agora procurou a Polícia Militar do Meio Ambiente que informou que já havia recebido denúncias com relação à poluição ambiental, e que os representantes da Cathepel justificaram que estavam, em princípio, realizando testes nos maquinários, por isso o motivo da fumaça. A empresa foi notificada e foi dado a ela um prazo para a apresentação da licença ambiental de funcionamento, o que ocorreria em janeiro.
Por alguns poucos dias, durante o mês de fevereiro, os moradores conseguiram se ver livre da fumaça que, entretanto, voltou a incomodar, de forma mais intensa, conforme demonstram as imagens que recentemente voltaram a ser postadas em fotografias nas redes sociais da Internet.
Mais recentemente, a Cathepel também foi alvo de outro tipo de denúncia e foi autuada pela Polícia Militar do Meio Ambiente por poluir o Rio Paraíba do Sul. Uma mancha negra de óleo (FOTO) passou a ser vista por alguns dias no final do mês de fevereiro e, em vistoria pelo leito do Paraíba, a Polícia do Meio Ambiente chegou à conclusão de que o óleo era procedente da fábrica- fato que, aliado ao problema da fumaça negra, tem gerado muitas cobranças da população às autoridades constituídas no município.
O vereador e radialista Dauro Machado também chegou a abordar a situação de desconforto vivenciada pelos moradores das proximidades da indústria de papel. Há cerca de 15 dias, ele esteve em visita à fábrica de Além Paraíba no intuito de se inteirar da verdadeira situação. Em seu programa de rádio e também em sua página na Internet, o vereador Dauro relatou que esteve pessoalmente na Cathepel e falou com algumas pessoas que se apresentaram como "responsáveis pelo tal empreendimento". Segundo ele, suas impressões foram as piores: "Estou ciente de que salários, rescisões, FGTS, férias e outros direitos não estão sendo pagos". Em consequência de tais deduções, o vereador apresentou, na sessão ordinária do dia 26 de março, na Câmara Municipal, um requerimento- aprovado por unanimidade- convocando os responsáveis pela fábrica de papel para uma audiência pública. Tal audiência, conforme apurou a reportagem do jornal AGORA, será realizada na tarde de terça-feira próxima, dia 16 de abril, às 15 horas, na Câmara Municipal de Além Paraíba. Todos os interessados estão convidados a participar, em busca da solução para os problemas.
Fonte: Agora Jornais Associados
Créditos da Foto: Luiz Antunes Neto
Mancha de óleo vista em fevereiro no Rio Paraíba do Sul