As obras de duplicação da
subida da Serra de Petrópolis, finalmente, devem sair do papel e começar no
primeiro semestre de 2014. A autorização formal para que as obras comecem
deverá ser dada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) entre o
fim deste mês e o início de maio durante uma audiência pública. No projeto, que
está engavetado há três anos, a agência já teria autorizado a obra no trecho
que liga a praça do pedágio de Xerém ao Belvedere do Grinfo. A polêmica
envolvendo o túnel de cinco quilômetros – se será ou não construído entre o
Belvedere e Petrópolis – será esclarecida somente na audiência.
Questionada sobre o
assunto, a Concer – concessionária que administra a via – informou que não tem
“nada oficial a respeito ainda”. A ANTT, responsável pela fiscalização de
concessões de rodovias federais, também não respondeu.
Em março, a presidente
Dilma Rouseff decidiu dar o pontapé inicial para o começo das obras, não só na
BR-040 como também nas outras rodovias federais do Rio, concedidas nos anos
1990 para a iniciativa privada e administradas pela CCR – a Via Dutra e a Ponte
Rio-Niterói. De acordo com o deputado Hugo Leal (PSC), ao contrário do que vem
sendo divulgado, ficou acordado pela presidente que o governo federal não
investirá recursos para as obras neste primeiro momento e sim apenas ao fim da
concessão, em 2021.
- A Concer vai começar a
obra e sem nenhum dinheiro do governo federal. Quando chegar em 2021 é que vai
ser discutido se o governo tem algo a remunerar ou não. Não é o governo que vai
investir esse valor. A concessionária já tinha que ter feito as obras e por
isso a presidente deu uma ordem para que elas começassem. Ela não deu a
prorrogação do contrato que elas (Concer e CCR) queriam, nem o aumento do
pedágio – explicou Leal.
Em Petrópolis, as
intervenções trarão benefícios não só para os motoristas, como também para o
turismo e a economia da cidade. Prevista no contrato de concessão, a nova pista
na subida da Serra será construída entre os quilômetros 102, em Duque de
Caxias, e 82, em Petrópolis. A obra deve durar aproximadamente três anos.
Atendendo a uma reivindicação antiga, a praça de pedágio do quilômetro 104 será
levada para o 102.
Outras obras
Na Dutra, segundo a CCR,
as marginais do trecho Baixada serão estendidas até o quilômetro 182, em Nova
Iguaçu, em ambos os sentidos. Será colocada iluminação pública, hoje
inexistente, entre os quilômetros 163, no Trevo das Margaridas, e o 185, em
Nova Iguaçu. Está prevista ainda a duplicação da pista de descida da Serra das
Araras, que estava prevista em seu projeto original. A CCR termina o projeto
executivo da construção até outubro.
Na Ponte Rio-Niterói,
estão previstos recursos para que a CCR conclua o mergulhão que sairá da Praça
Renascença e dará acesso à ponte por Niterói.
Derrota das
concessionárias
A decisão da presidente
Dilma Rousseff em indenizar as concessionárias foi uma derrota para os grupos
CCR e Concer, numa queda de braço que se estendia há anos entre o governo e as
empresas. As concessionárias tinham interesse em serem recompensadas pelas
obras por meio da prorrogação dos contratos — para, com isso, também
prorrogarem os altos lucros que a exploração das rodovias trazem.
Na reunião com o Grupo
CCR, em março passado, a presidente Dilma Rousseff reforçou que não haveria
prorrogação. O mesmo foi informado à Concer. A presidente cobrou que as obras
sejam feitas dentro do prazo.
Fonte:
Folha Popular