Enquanto Japão mostra
poder de recuperação dois anos após catástrofe, a recente tragédia na cidade
vizinha de Petrópolis revela a dificuldade das autoridades de colocar em
prática pelo menos o mínimo de respeito para com a população que vive em
desespero por conta de tragédias anunciadas.
Em Nova Friburgo, por
exemplo, depois das 451 mortes ocorridas em janeiro de 2011, foram iniciadas
obras de contenção em apenas 11 encostas da cidade. E apenas três estão prontas
— o que representa 1,2% do total de 250 intervenções desse tipo consideradas
necessárias, segundo levantamento feito pela Secretaria estadual de Obras, em
parceria com a Geo-Rio e a empresa Geomecânica, logo após a tragédia de 2011.
Em 11 de março de 2011, um
terremoto seguido de um tsunami deixou quase 16 mil mortos na costa nordeste do
Japão. Além das mortes, o fenômeno deixou um rastro de destruição sem
precedentes nas cidades litorâneas, mas ao contrário de Friburgo, Petrópolis,
Sapucaia e tantas outras cidades, o poder de reconstrução do país em dois anos
após a catástrofe é impressionante.
No mês passado, a juíza da
1ª Vara Cível de Nova Friburgo, Paula Gonzalez Teles, deu à prefeitura o prazo
de 180 dias para executar o serviço no Vilage, mas, o município entrou com
recurso tentando derrubar a decisão.
Na ação o Ministério
Público critica o fato de que, das oito empreitadas sob responsabilidade do
estado já contratadas com dispensa de licitação desde 2011, algumas sequer
começaram.
Em nota, a Secretaria
estadual de Obras informou que as obras contratadas em 2011 com dispensa de
licitação já foram concluídas. E acrescentou que realiza intervenções em
encostas em São Jorge, Floresta e Jardinlândia.
Para Edson Lisboa,
secretário municipal de Gerenciamento de Projetos e Convênios, há cinco obras
em curso com verba do Ministério das Cidades e outras três, de grandes
proporções, sendo feitas pelo governo do estado.
Fonte
e foto: Folha Popular