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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Poda drástica nas árvores de Além Paraíba causa revolta na população.


A poda drástica que vem sendo realizada desde o final do mês de maio ao longo de todas as ruas da cidade pela Divisão de Parques e Jardins da Prefeitura Municipal de Além Paraíba vem sendo motivo de inúmeras críticas por parte da população. 

A poda tem deixado as árvores completamente desgalhadas, restando-lhes apenas o caule. A justificativa é que a copa das árvores atinge a fiação elétrica da Energisa, daí a necessidade dos galhos serem cortados radicalmente. 

Algumas pessoas chegam a classificar o ato da Prefeitura como uma verdadeira “carnificina ambiental”. Por outro lado, a Divisão de Parques e Jardins da Prefeitura justifica a poda dizendo que a mesma é solicitada por muitos moradores, que temem por suas residências. Mas a forma como as árvores vêm sendo cortadas é que causa  toda a polêmica, a ponto de ter gerado até mesmo uma ocorrência policial, no final do mês de maio, na Ilha Gama Cerqueira. As árvores das ruas daquele bairro foram todas “decepadas” e a ação da Prefeitura chegou à Praça principal da Ilha Gama Cerqueira. Uma moradora, revoltada, interferiu, impedindo a continuação da poda, alegando que a mesma estava sendo feita de forma que danificava as árvores, pois os galhos, assim como no restante da cidade, estavam sendo cortados até o caule. O Secretário  Municipal de Obras, Levindo Dias, esteve na Ilha Gama Cerqueira e ordenou a suspensão  do serviço de poda na praça daquela bairro, mas as ruas não haviam sido poupadas anteriormente. 

O responsável pela Divisão de Parques e Jardins, Aldonei dos Santos, há anos funcionário da Secretaria de Obras, justificou a poda drástica pois, segundo sua avaliação, “as árvores não eram podadas corretamente há cerca de 3 ou 4 anos”. Aldonei informou que o resultado do atual trabalho de poda será visível com o tempo e afirmou que não existe uma época determinada para realizar a poda de árvores: “Ela é feita quando necessária”. Ele revelou que, na Ilha Gama Cerqueira, foram os próprios moradores do bairro  a solicitarem o desbastamento das árvores, através de um abaixo-assinado contendo 126 assinaturas. Apesar das justificativas e diante dos inúmeros protestos, inclusive em redes sociais, os oitis da Praça da Ilha Gama Cerqueira— com exceção de dois que foram mutilados— sobreviveram. O mesmo não se pode afirmar com relação à grande maioria das árvores das ruas de Além Paraíba— uma cidade carente de sombras. Os casos mais gritantes são a extensão da Avenida Dezoito de Julho e a Rua São Geraldo, em que as árvores foram “peladas até o talo”, de forma impiedosa.

Até mesmo ferrenhos defensores do governo Fernando Lúcio dessa vez discordaram da medida de agressão ao meio ambiente. O episódio da poda drástica teria sido, inclusive um dos fatores que acabaram gerando o pedido de demissão do assessor técnico do Departamento de Cultura, Carlos Torres Moura. Um defensor inconteste da arborização urbana, Carlos Moura protestou via Facebook e foi mais além: chegou a contratar, com recursos financeiros próprios, um engenheiro agrônomo especialista em arborização urbana para fazer um laudo sobre as podas e outras irregularidades na arborização das vias públicas da cidade. A sua luta pessoal teve apenas um lado positivo: o bairro de Porto Velho, onde ele reside, foi preservado. As frondosas árvores das ruas José Mercadante e Antônio Augusto Junqueira continuam intactas. O mesmo não se pode dizer com relação a outros bairros da cidade. Depois de ter apresentado o laudo à Prefeitura, Moura viu cessar a poda drástica, mas a Ilha do Lazareto passou a receber a “poda ornamental”— também criticada por muitos— com as árvores transformadas em “caixotinhos”. Revoltado com a situação e também por outros motivos pessoais, entre eles problemas de saúde, o Assessor Técnico do Departamento de Cultura “pediu para sair”— fato que a grande maioria dos que militam na Cultura local lamentam profundamente.


Fonte e foto: Agora Jornais Associados