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terça-feira, 17 de março de 2015

Sem verba pública, Apae de Sapucaia, RJ, corre risco de fechar as portas.
Instituição, que atende a 13 alunos, parou de receber novas matrículas.
'Só quem tem um filho especial sabe a necessidade', reclama mãe de aluno.

     Quem tem filhos e parentes que frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sapucaia, RJ, está preocupado com a possibilidade da instituição fechar as portas. Sem dinheiro, o horário de atendimento foi reduzido e novos alunos não são mais aceitos. 

     Desde janeiro, a costureira Maria Emília de Almeida Pascoal espera uma vaga para o sobrinho, de 16 anos. Ele tem problemas mentais e precisa do atendimento. "Ele precisa de um tratamento, e também de participar de algumas atividades. Eu procurei a Apae para isso, mas chegamos aqui e está essa situação. Eles não puderam nos acolher, porque a situação está precária", contou Maria Emília.

     A instituição vive de doações e deveria receber uma verba mensal da prefeitura, mas o pagamento não é feito desde o início do ano. Com isso, os sete funcionários estão com os salários atrasados. A solução foi reduzir o horário de funcionamento, que antes era integral, e, agora, só no período da tarde.

     Em 2014, a prefeitura divulgou no site que firmou uma parceria com a Apae de Além Paraíba, em Minas Gerais. Um documento que a diretoria da associação teve acesso mostra que o valor repassado para a cidade vizinha é maior do que o que a Apae de Sapucaia recebe.

"Segundo as informações que eu tenho, eles realmente repassam esse dinheiro pra Apae de Além Paraíba, que também atende a crianças de distritos de Sapucaia. Se, de repente, a gente pudesse sentar e conversar, para fazer isso também pela Apae de Sapucaia... A gente pode ter uma estrutura para receber essas crianças aqui. Ao invés de tirar do nosso distrito, do nosso município, que pudessem trazer essas crianças pra cá, pra gente ajudar, também". explicou Regina de Jesus Barros.

     Atualmente, a instituição atende a 13 alunos, com idades entre 9 e 22 anos. Eles são acompanhados por fisioterapeuta, pedagogo, fonoaudiólogo e uma psicóloga. Sem recurso para se manter, existe o risco da associação ser fechada, o que preocupa as mães.
"É aqui que ele está aprendendo as coisas. A se alfabetizar, a se alimentar sozinho, a fazer a sua higiene pessoal, a tomar água num como comum... Só quem tem um filho especial sabe a necessidade da Apae", lamentou a dona de casa, Roberta da Silva, mãe de um aluno.

     Em entrevista ao RJTV, a secretária de assistência social do município, Magda Zanon, garantiu que a verba voltará a ser repassada no próximo mês. Ela explicou ainda que o Tribunal de Contas apontou que o convênio entre a prefeitura e a Apae não tinha legalidade, e por isso houve a interrupção.


Fonte e foto: G1.com e TV Rio Sul