Após um breve recesso, o presidente demissionário do Supremo Tribunal Federal (STF), JoaquimBarbosa, deverá aceitar o convite para assumir um cargo relevante, “em uma grande organização privada brasileira”, disse fonte ao Correio do Brasil, nesta sexta-feira. Ainda segundo a fonte, que ocupa um posto de destaque no Judiciário do Estado do Rio de Janeiro e falou em condição de anonimato, “(Barbosa) saiu desgastado no meio jurídico, mas ainda tem prestígio junto a um segmento exponencial da sociedade”.
A empresa para qual Barbosa deverá prestar seus serviços não foi revelada, mas pode atuar no campo da mídia conservadora, a qual tão bem soube lhe ser útil durante o tempo em que ocupava a relatoria da Ação Penal (AP) 470, durante o julgamento conhecido como ‘mensalão’. Após sair do STF, não é raro um ministro ser convidado a trabalhar para a iniciativa privada, como foi o caso da ex-ministra Ellen Gracie, que foi membro independente do Conselho de Administração da OGX Petróleo e Gás, até a companhia pedir concordata.
Barbosa, ainda segundo a fonte, alimenta especulações de que poderá se lançar na política e, “quem sabe, até ser candidato a senador, no futuro”. Mesmo que opte por este caminho, Barbosa não poderá concorrer nas eleições de outubro deste ano, uma vez que o prazo para que juízes deixassem seus postos para se candidatar no próximo pleito se encerrou em abril. Analistas ouvidos pela agência britânica de notícias BBC, acreditam que o ministro deixará o Supremo com cacife para tentar cargos eletivos. Para João Paulo Peixoto, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Barbosa conquistou a sua popularidade “não só pela atuação como juiz, mas pelo incorformismo que revela com o status quo atual das instituições brasileiras”.
Reportagem e Foto: Correio do Brasil
Legenda da Foto: Barbosa, após deixar o STF, tende a aceitar um cargo em uma grande empresa brasileira, possivelmente, no campo da mídia conservadora.